terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Nove meses

Dá pra acreditar? Nove meses!
Já que o enxoval já foi comprado, as preocupações práticas diminuem e começa uma nova que irá acompanhá-la e crescer até o grande dia: o parto.
De repente você se dá conta que o bebê, que era tão miudinho no início, vai ter que sair do tamanho de uma melancia, e isso envolve um montão de coisas relacionadas à sua saúde e a do bebê.
Se no começo as histórias de terror versavam sobre má formação fetal, aborto, e até o mês anterior, parto prematuro, agora você passa a ouvir as histórias mais escabrosas sobre partos que deram errado, em que mãe e/ou bebê morreram.
Normal e cesariana, ambas as escolhas são questionadas por gente que jura ter um argumento irrefutável - e uma história horripilante – para tentar te convencer. A verdade é que cada mulher é diferente, e cada gravidez também. Conceitos de dor mudam de ser humano para ser humano, e todo o contexto psicológico influencia bastante nas impressões dessa hora tão particular e íntima.
Quem defende o parto por cesariana geralmente se assume frouxa e diz não se arrepender, diz ter tido um pós-parto maravilhoso e conhecido umas cinco que sofreram quase até a morte por parto normal. Quem defende o parto normal – que de fato é biologicamente melhor – se sente uma super mãe, diz que a dor é suportável e honrosa (!), e que a cesariana gerou em algumas de suas amigas ou em alguns de seus partos anteriores, um pós cirúrgico traumático e bebês com problemas que vão das vias respiratórias a problemas mentais.
Bem, e você fica no meio disso tudo…
Se desde o começo já se posiciona e se prepara para um determinado tipo, ótimo, se não, endoida, todo dia muda de decisão e não toma decisão nenhuma.
Ao final, percebe que seja qual for sua decisão você tem o DIREITO de ser respeitada. Não será melhor ou pior mãe por ter um parto cesáreo, não será uma louca que ignora os benefícios da ciência se optar pelo parto normal. Apenas tem de confiar em Deus e na própria intuição, no conhecimento que tem do próprio corpo e do seu médico. Pesquisar, perguntar, é ótimo, mas no fim, é você quem vai para a maternidade, e deve ir sem culpas e sem receio, que qualquer medo só vai atrapalhar sua vida, então não permita que ninguém faça terrorismo com um momento que é tão seu e do seu bebê.
Eu, no fim do oitavo mês, havia decidido pelo parto normal. Porém no último ultra, constatamos uma circular de cordão no pescoço do Pedro, e a minha médica, embora não desautorizasse o parto normal, me falou dos riscos de um cordão curto e de falta de oxigenação para o bebê, que são riscos bem remotos (muuuutios bebês nascem com circular de parto normal todos os dias e muito bem nascidos), mas que eu não quis correr.
Então decidimos por cesariana, com seus riscos também, com seus incômodos e tudo mais. Mas enfim fiquei em paz. Deixei isso meio a cargo de Deus, meio para última hora de propósito. Na verdade talvez eu não tenha aceitado totalmente que esta barriga carregada por tanto tempo vai embora… ela pesa, incomoda, dói mas… puxa, logo agora que eu estava começando a me acostumar!
Os nove meses são isso: você finalmente se acostumou ao barrigão e até parou de lamuriar tanto, aprendeu manobras incríveis com ele, ainda sente o gostinho de furar filas enormes sem remorso e faz o MAIOR SUCESSO quando anda pelas ruas, depertando olhares, sorrisos e bons presságios por onde quer que passe (crianças e velhinhos parecem mais hipnotizados pelo barrigão).
Mas tem que começar a se despedir dessa fase… da sua gravidez.
Ai, ai… que venha o começo de uma nova fase então!
É hora de começar a aterrizar no maravilhsoso mundo das fraldas descartáveis!

1 comentários:

  1. É Mari!

    Muito bom o teu post.
    Aliás, a gente passa por casa coisa quando está grávida! Ou melhor, a gente ouve cada barbaridade que deveriam ser banidas...as pessoas, outras mulheres mesmo nunca deveriam mencionar certos acontecimentos, principalmente para uma mamãe de primeira viagem, né?

    Se tu fosse uma mãe radical, meio xiita, teria arriscado o parto normal, mesmo com a circular do cordão. E me diz, para quê?
    Pra que correr o risco?
    Correr o risco é absurdo, não é?

    Hoje estás aí, linda e faceira com teu meninão, e o fato da cesárea não afetou em nada, né?

    Beijos para vocês!
    Pri e Bia

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