Esse tempo seco tem acabado com todos nós.
Mesmo aqui no sul, onde a temperatura é mais amena, a situação está complicada! Com a umidade relativa do ar na casa dos 19%, PG está em estado de atenção. Com isso, problemas respiratórios e alérgicos tornam-se mais freqüentes.
Aqui em casa já são quase dois meses de sofrimento. Pedro já teve todos os "ites possíveis" e quando achei que ele estava melhor (depois de medicado com antibióticos) eis que essa noite teve uma recaída. Era um cof cof sem fim, nariz entupido, graças a tal rinite.
Ele me dizia:
- Mamãe, cuida do Pedro!
- Eu cuido filho!
- Não mamãe, cuida do Pedro no colo, cuida de pé!
E lá se vai a mãe ficar andando pela casa, dando um pouquinho de alívio para a respiração e tosse do pequeno.
O pior é que o pediatra foi categórico: Enquanto não chover, ele pode continuar sofrendo dos "ites".
Como cuidar da tosse das crianças
Com a chegada do frio, poluição, ambientes fechados, ar seco conspiram em favor das gripes, resfriados e alergias que, com freqüência, tem a tosse como companheira. As crianças menores são as que mais sofrem. "Estão mais sujeitas porque ainda não têm o sistema imunológico bem desenvolvido", afirma o pediatra Francisco Antonio Dutra Rodrigues. Ele lembra que a tosse incomoda, mas é um mecanismo de defesa. A pediatra Ana Maria Escobar explica: "Quando o ar cheio de poeira penetra nas vias aéreas, a mucosa produz uma grande quantidade de secreção para expulsar o agressor".
Produtiva e seca
Há tosses e tosses. As características principais as dividem basicamente em dois grupos: a produtiva, que ajuda a expelir o catarro, e a seca, que lembra o latido de um cachorro e ocorre sem secreção. "Na laringite, a tosse é rouca. Na asma, é inicialmente seca e irrita a garganta. Na sinusite, a tosse alterna-se entre seca e produtiva, que piora ao deitar", relata o pediatra Dutra. Apesar dos desconfortos, os especialistas ressaltam que a tosse raramente merece ser combatida. "Apenas quando chega a atrapalhar as atividades normais da criança", diz a pediatra Ana. Sendo assim, podem entrar em cena os xaropes antitussígenos, que inibem a tosse seca, ou os mucolíticos, que ajudam a dissolver o catarro, facilitando a expectoração. Só que remédio para tosse tem de ser indicado pelo pediatra. Não se deixe influenciar por conselhos de amigos, como aconteceu com a enfermeira Cláudia Migliori, mãe de Maria Luiza, 2 anos. Acatando palpite alheio, deu um xarope à filha que estava resfriada e levou bronca do pediatra. Foi orientada a driblar a tosse com soro fisiológico nas narinas, inalação e vaporização. "Segui a dica, quando Maria Luiza apareceu com tosse outra vez, até levá-la ao médico. E a tosse era por causa de uma bronquite asmática. Nesse caso, o médico explicou, um xarope contra a tosse poderia agravar o desconforto respiratório da minha filha."
Noite difícil
Quando a tosse ataca à noite, as mães logo pensam num leitinho quente para confortar o filho. Esqueça essa idéia. Segundo os pediatras, líquidos quentes dilatam os brônquios e isso piora a tosse. O melhor, para aliviar o problema momentaneamente, é levantar um pouquinho a cabeceira da cama para a criança dormir e pingar no nariz mais soro fisiológico. Veja outras dicas:
- Durante o período da tosse, ofereça muito líquido à criança. Favorece a dissolução do catarro.
- Na hora do banho, mantenha o local bem fechado e incentive seu filho a aspirar. Vale quase por uma inalação.
- Pratique a tapotagem: leves tapas nas costas da criança, na altura dos pulmões, ajudam a desgrudar o catarro.